sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Veja como as redes sociais podem lhe ajudar a conseguir um emprego



Com esta crise assolando o nosso país, toda ajuda é muito bem-vinda!
Veja a matéria que o BOL publicou sobre emprego.


http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/economia/2016/10/21/como-as-redes-sociais-podem-ajudar-a-conseguir-um-emprego.htm


quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Marcada - juro que reagi é o primeiro romance de I L Tyler.

Capítulo Um




           Dormir havia se tornado um hábito bom. Talvez uma fuga ou um esconderijo qualquer...      
O fato, é que ainda lembro daquelas mãos me acariciando, eram um tanto ásperas e me sufocavam, sinto náusea até hoje!  Por alguns instantes, fiquei inconsciente! Ele apertava tanto a minha garganta que desmaiei.
Estava confusa e desesperada, imaginei que estivesse dormindo em meio a um terrível pesadelo! Seria bom, se isto fosse apenas um pesadelo!
Quando recobrei a consciência, vi que em minha cama havia vestígio de sangue... Que eu estava completamente nua e com escoriações por todo o corpo...
São lembranças que gostaria de esquecer, mas são inevitáveis. Parecem cenas reais, ou melhor, que que estão acontecendo agora!

...

‘Em casa, todos me chamam de Cleo; no meu trabalho, de Nice. Meu nome é Cleonice’ – estava ainda mais confusa! – Acho que falei isto para um policial que preferiu falar com meus pais.
Acredito que policiais gostem de objetividade, praticidade, mas eu preciso contar esta história para alguém, talvez me sinta melhor...

...

Sim,  era uma noite quente de verão, meu pai deu uma festa para comemorar sua promoção. Ele acabara de ser promovido a diretor do hospital em que trabalhava por quase vinte e cinco anos.
A Festa estava animada, muitos convidados, a maioria deles eram médicos e, quem sabe, mais ou menos uma dúzia de familiares; ainda assim, não me sentia à vontade, os meus amigos não apareceram. Eu tinha acabado de completar quinze anos, hoje tenho dezoito anos e ainda não superei este episódio trágico que marca, de forma agressiva, a minha vida.
A verdade é que, algumas garotas quando completam quinze anos, acabam eternizando esta data, pela magnitude e importância  do simbolismo que a cerca; pela presença dos amigos, enfim, é um rito de passagem que de alguma forma marca a vida de toda garota. E comigo não foi diferente!
Tive uma festa esplendorosa, amigos queridos, família e muita diversão, mas o que me deixou marcada de fato, foi a noite da festa de meu pai.
Eu andava de um lado para o outro, meio que perdida, estava sem meus amigos, e os convidados de meu pai eram pessoas de mais idade. Evidentemente que não iriam se aproximar de mim. Assim pensei.
A casa era grande, tinha um jardim enorme e uma piscina cinematográfica. Eu já tinha andado por toda parte da casa, queria que aquela noite terminasse logo. A festa estava linda, confesso, mas eu não estava nada feliz!
Sentia um aperto no peito, uma vontade de não estar ali... Mas, infelizmente, eu estava...
Eu usava um vestido lindo, nude era a tonalidade que mais me agradava. Era fascinada por esta cor. Tinha uns cinco esmaltes dessa coloração.
O meu quarto ficava bem ao lado do jardim, tinha um janelão que eu deixava sempre aberto. Gostava daquela visão. Quando não estava contemplando o jardim ou a piscina, eu estava em frente ao espelho, minha outra paixão.

Então, naquela noite, fui para um cantinho que amava muito. Eu estava sentada, perto da piscina, e tocava nas águas com o dedo, como se estivesse desenhando e como se piscina fosse uma grande lousa. Quando, de repente, vi parar atrás de mim, uma sombra de um homem, mas continuei onde estava...
Era uma sensação estranha, parecia que estava sendo observada o tempo inteiro!  Não dei muita importância. A festa continuava e as pessoas circulavam por toda parte da casa. Talvez fosse impressão minha que alguém pudesse estar me observando.
 Minutos depois, eu me aproximei da janela do meu quarto, e vi, próximo ao corredor que dá acesso ao escritório de minha mãe, um homem alto, magro, segurando um copo e olhando sempre em minha direção. Achei um tanto estranho, mas continuei onde estava.
O som estava alto, e os convidados conversavam tanto que mal dava para assimilar as duas coisas. A minha cabeça não estava ali, e agora estava explodindo de tanta dor. Eu só queria deitar e dormir... Eu não podia fazer isto. Meu pai não iria me perdoar. Acho que seria uma grande falta de educação. Respirei fundo, e fui dar mais uma volta.
Estava tão deliciosa aquela torta de morango que, não queria perder nem um pouco daquela calda saborosa que escorria por entre os meus dedos. Sutilmente eu lambi a ponta do meu dedo indicador direito. ‘Humm que delícia!’  Amo doces!!

Outra vez, aquele homem se reaproximou de mim, com sorriso do tipo Monalisa, e segurou forte em meu braço. Eu olhei firme em direção aquela mão, vi que ele usava um anel com uma pedra de cor esverdeada. Fiquei sem reação por um tempo, mas ele não me disse nada. E continuou segurando em meu braço e me olhava estranhamente. Achei um absurdo, tal ousadia.
Eu estava totalmente sem ação. Fui pega de surpresa e nunca pensei que um homem aparentando ter uns quarenta e cinco anos de idade e cabelos grisalhos, fosse me abordar, daquela forma. Talvez estivesse embriagado, pois estava sempre segurando um copo transbordando de bebida.
Continuei olhando em seu rosto, e me vi totalmente paralisada diante daqueles olhos azuis, mas vazios de afeto. Ele tinha um sinal no lado esquerdo da boca. Esse sinal me chamou atenção, não entendi o porquê, mas guardei aquilo comigo. Não é comum um sinal daqueles no canto da boca.  
– O que deseja? – disse secamente.
Mas ele não me respondeu! Apenas me olhava com olhos de animal selvagem no cio. Estranhei aquela atitude!
Puxei o meu braço e fui novamente até o jardim.
Eu estava desesperadamente inquieta. Angustiada, talvez fosse a melhor palavra. Queria conversar com um amigo... Estava trêmula, com as mãos suando, e nervos à flor da pele!
Pensei em beber alguma coisa, queria relaxar, tentei conversar com meu pai, mas foi inútil, ele estava sempre conversando com algum amigo.
A minha mãe, esta só se preocupava em receber bem os convidados. Ela parecia mestre de cerimônia. Estava sempre perguntando se todos estavam sendo bem servidos. A dona Evânia se preocupava muito com a aparência. Vivia sempre muito bem vestida. Todos a chamavam de dona Eva. Era presidente de uma ONG que cuidava de cachorros abandonados. Estava sempre envolvida com obras sociais.
Sua missão era ajudar, mas quando o assunto era o o seu bem-estar, não abria mão dos excessos. O seu quarto mais parecia com uma loja em liquidação, cheia de roupas, sapatos e acessórios...
Eu não sei como ela conseguia administrar muitas coisas juntas.
Para a semana seguinte, ela já tinha agendado que faria um bazar beneficente.  Na certa, já ecomendara roupas novas, acessórios novos e sapatos novos, é claro!
Já papai, não estava nem aí com a aparência, o que ele gostava mesmo era de estudar, a profissão era o seu  foco. E procurava sempre estar atualizado com o que havia de mais moderno pra época. Ele é cirurgião Plástico, e um dos melhores que há na cidade, modéstia à parte.  
Estava transbordando de felicidade pela promoção. Aquele momento era o ápice de sua carreira profissional. Afinal de contas, ele merecia tudo de bom que lhe acontecera.
Seu Epitácio era o melhor em tudo. Um excelente médico e um pai maravilhoso. Era sempre muito presente, adorava viajar com a família nas férias.
Ai meu Deus, eu adorava fazer as malas, conhecer novos lugares e pessoas. Tudo era muito singular. Gostava do cheiro das estradas, das maresias, dos matos...
Essas novas experiências em conhecer lugares e pessoas, me deixavam em ebulição. Era uma sensação agradável, chegava a ser mágico!
Eu me lembro, de quando fiz dez anos de idade, que fomos para Pernambuco, vivemos tantas experiências juntos. Mas quando chegou o dia de voltar, eu muito me angustiei. Foi bom estar ali, gostei muito daquelas pessoas, das praias, do sol, o céu parecia estar sempre azul.
O meu pai nasceu na cidade de Carpina, fomos até lá, não podíamos voltar sem conhecer a cidade natal de meu velho. Fiquei encantada por Olinda e Recife...
Essas lembranças, por um momento, me devolveu um pouco de paz, de tranquilidade e harmonia. Mesmo estando em um festa bonita, eu não estava nada bem, me sentia  estranha em meu próprio ninho.
Pensei em sair à francesa, mas para onde ir? Já era tarde, meus amigos não moravam nada perto. A amiga que morava mais próximo de minha casa estava viajando. Eu estava com muita saudade dela, ela era minha amiga de infância.
Como presa fácil, mais uma vez me vi junto daquele homem, contra a minha vontade, é lógico! Pensei em ser grossa! Sua presença estava me irritando. Nunca vira aquela pessoa antes, o que ele queria de mim? Por que tanta insistência?  
Havia outras pessoas na festa, mas ele só tinha olhos para mim. Não o vi quando chegou em minha casa, se estava acompanhado ou sozinho. O estranho é que os meus pais nem perceberam aquela aproximação insistente.
Fui até a cozinha tomar um pouco de água e lá estava ele me olhando. Meu Deus, eu estava surtando.
Aquela noite tinha tudo para ser perfeita, mas eu não entendia por que aquela criatura estava me rondando.
Quando ele tentou pronunciar uma palavra, o meu celular vibrou. E eu, mais que depressa disse:
 – Dá licença,  vou atender o celular.

                                                                       

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Apresentação do Livro: "Tempo: A Última Estação"



    O tempo, mesmo efêmero, é o senhor que gerencia o início, o meio e o fim de nossa existência. “Há tempo para nascer e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou...” (Ecl. 3.2)

  Na larga ciência das coisas, na duração dos acontecimentos, no período contínuo e indefinido em que os eventos se processam, na sucessão de momentos em que se desenrolam os fatos – tempo!

Angústias, alegrias, vitórias, fracassos, amores e ódios são diluídos, absorvidos e alegoricamente transformados em matéria de Poesia com o tempo...

 A vicissitude que nos remete aos referenciais de tempo que aprendemos nos bancos das escolas é, talvez, a representação mais evidenciada que temos; porém, ainda que seja na imaginação onírica dos poetas que dissuade o homem de sua vã “convicção” - reafirmando que o tempo é senhor absoluto e que transita por todas as estações, possibilitando instantes ímpares que modificam nossas histórias, ainda assim, o tempo é singular – não se repetirá jamais!

Quem sabe aproveitar instantes importantes, curtos e essenciais que a vida nos oferece vive de forma plena e perfeita de realizações, nem que seja na última estação: tempo. Tempo... Tempo!


São Paulo, Outono de 2012.




                   I L Tyler