terça-feira, 5 de abril de 2011

A Autoridade do Professor


Estimado leitor, hoje vamos conhecer um pouco do pensamento de Hannah Arent, cientista política e filosofa alemã, que é considerada uma das importantes intelectuais do século XX, com forte influência na Europa e principalmente nos Estados Unidos, onde viveu até o final de sua vida, vindo a falecer em 1975. Ainda jovem, morando na Alemanha, pertencente à família judia, foi duramente perseguida pelos nazistas, tendo que emigrar para a França e posteriormente para os Estados Unidos. As questões educacionais também foram pauta nas produções e reflexões de Hannah Arent, particularmente no que se refere à autoridade do professor em sala de aula e nas discussões sociais sobre violência e racismo. A escola teria então a função de ensinar aos estudantes como o mundo é, sendo o professor a autoridade na sala de aula, para fazer essa mediação, sem que se torne um autoritário. O papel da escola seria o de apresentar ao aluno o mundo e estimular que ele seja crítico e reflexivo ao ponto de propor mudanças nas situações que estão colocadas como referências. Também  defendia que a escola, principalmente a do Ensino Fundamental, deveria ser desvinculada de questões políticas, para ela esse era um foco de discussão dos adultos. Com isso tecia críticas à educação moderna que tratava com os estudantes assuntos e temas de caráter político. Partindo dessa perspectiva, essa pensadora se colocava com forte defensora da autoridade do professor em sala de aula, onde a escola deveria ser um local de preparo e instrumentalização de saberes e conhecimentos. Outro aspecto importante no pensamento de Arent é a perspectiva de que a família deve ter uma obrigação vital no que se refere à formação da criança, sob pena de que deixe para a instituição escolar o papel de educar os filhos que colocou no mundo. A escola, neste sentido, passa a ter a função de auxiliar no desenvolvimento das potencialidades do educando, de maneira que desperte suas habilidades e concepções acerca do mundo e viver em sociedade. O entendimento de que os pais devem ser os principais responsáveis pelo processo de formação dos filhos aparece fortemente nas reflexões dessa pensadora quando trata da educação. Chamando a atenção para os perigos da ausência de reflexão e criticidade, que podem conduzir a um estado de alienação da realidade na qual encontra inserida. Outra preocupação presente nas reflexões sobre a educação consiste no abandono das tradições, defendida por Hannah Arent como um fio umbilical que possibilita estabelecer relações entre o passado e o presente. Dessa forma, a educação não pode ficar restrita à prática pedagógica escolar, mas deveria ser tratada numa amplitude que englobasse também a presença constante da família juntamente com o professor na condução do processo de ensino e aprendizagem dos alunos. Pode-se dizer que Hannah Arent defendia uma posição tradicionalista, ou seja, ao trabalhar com a formação educacional, faz parte dessa atividade a importante tarefe de abrigar e proteger o educando, para que o mesmo possa ter as condições de entender o mundo como um lugar de todos e para todos.

(Clipping 29.03.2011 - Gazeta de Cuiabá, 25/03/2011 - Cuiabá MT -Elias Januário)

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